Cartografia

Oriente-se

Se orientar no espaço terrestre, sempre foi uma preocupação do ser humano. Desde o começo da humanidade, tinha a necessidade de traçar rotas comerciais, rotas de navegação, e daí em diante as necessidades iam aumentando. Por isso, a localização dos fenômenos geográficos sempre foi uma verdadeira necessidade ao homem. Daí entra a cartografia.

Cartografia é a ciência e arte que estuda como preparar, organizar, elaborar e interpretar mapas ou cartas geográficas.

Mapa é uma imagem reduzida dos elementos que constituem certa superfície terrestre. Com um pouco de imaginação e interpretação é possível ler e saber o que o mapa nos apresenta.

Linhas astronômicas

Filósofos gregos chegaram a conclusão de que a Terra é redonda, a partir de observações astronômicas. Foi observado também, os navios que desapareciam no mar em um horizonte uniformemente circular, essa observação também deu base para essa idéia. Esse fato, é responsável pela existência das diferentes zona climáticas em nosso planeta; seguindo uma lógica: a inclinação com que os raios solares incidem na superfície terrestre aumenta quando nos afastamos do Equador, e portanto, maior será a área aquecida pela mesma quantidade de energia, o que torna as temperaturas mais baixas. A Terra é inclinada em relação ao seu próprio eixo, seguindo a sua órbita ao redor do Sol. Essa inclinação e movimentação da Terra trás conseqüências, como, por exemplo, as estações do ano. Por volta de 21 de dezembro, ocorre o solstício de verão no hemisfério sul, pois nessa data ele está recebendo os raios solares perpendicularmente ao Trópico de Capricórnio, e no hemisfério norte está acontecendo o solstício de inverno. Após 6 meses, por volta de 21 de junho, as posições se invertem, já que o trópico de Câncer que recebe os raios solares perpendicularmente, se tornando o centro da parte da Terra iluminada pelo Sol, assim no hemisfério norte ocorre o solstício de verão. Entre os dias 21 e 23 de março ou setembro ocorre o que chamamos de equinócio. É quando os raios solares incidem sobre a superfície da Terra perpendicularmente ao Equador. Nessa situação se caracteriza o início da primavera ou outono. Concluímos que, os raios solares incidem perpendicularmente apenas nos trópicos do planeta.

Uma outra conseqüência da inclinação da Terra, é a diferença do dia e da noite durante o ano. Em dias de solstício de verão, o dia é mais longo e a noite mais curta; em solstícios de inverno temos o dia mais curto que a noite. Nos dias de equinócio, tanto o dia como a noite tem a mesma duração em qualquer parte do planeta, ou seja 12 horas. Nos círculos polares, existem dias e noites que duram meses. Isto é devido ao fato de que o pólo, seja ele norte ou sul, só irá raiar o dia à medida que o planeta for avançando em seu movimento de translação, e não de rotação.

Coordenadas Geográficas

O nosso planeta é cortado por linhas imaginarias que tem como função localizar qualquer lugar na superfície terrestre. Para isso, foi determinado as coordenadas geográficas, a latitude e longitude.

Latitude

É a distancia, em graus, de qualquer lugar da superfície até o Equador, distancia que varia de 0 a 90° N ou S. Podemos a partir do Equador, traçar círculos paralelos (imaginários), diminuindo de tamanho conforme se afastam para o norte ou para o sul.

Longitude

É a distancia de qualquer lugar da superfície ao meridiano de Greenwich, variando de 0 a 180° para o leste ou para o oeste. Isto se dá, porque o meridiano 0° divide a Terra em 2 hemisférios, ocidental (oeste) e oriental (leste). O meridiano de 0° passa pelo observatório astronômico de Greenwich, por isso o nome de meridiano de Greenwich. Todos os meridianos tem o mesmo comprimento, pois se encontram nos pólos. Se você quer encontrar qualquer lugar em nosso planeta, pode fazer isso tendo as coordenadas geográficas. Bem que se for uma rua, é mais fácil ter o mapa da cidade.

Fusos horários

O movimento de rotação da Terra gera o dia e a noite, e também a diferença de horário nos diversos pontos longitudinais da Terra. O globo terrestre é dividido em 24 pontos longitudinais. Cada ponto corresponde a 1 hora. Assim dividindo os 360° do globo, em 24 horas de duração o resultado é 15°, ou seja, a cada 15° que a Terra gira, passa-se 1 hora. Cada um dos 24 pontos longitudinais corresponde a um fuso horário. O meridiano de Greenwich é o meridiano de referencia, a partir dele se acertam os relógios, pode ser horas a mais se nos direcionarmos para um fuso horário ao leste, ou horas a menos se mudarmos a um fuso ao oeste. Isto ocorre porque a Terra gira de oeste para leste.

Por exemplo: a hora oficial do Brasil está atrasada 3 horas em relação a Greenwich.

Os mapas

Com a necessidade de se orientar na superfície da Terra, os homens elaboraram vários tipos de mapas. O mapa é a mais antiga forma de comunicação, antes até mesmo da escrita. Os mapas antigos ou medievais, eram feitos sob a influencia religiosa, por isso tinha apenas representações idealizadas da Terra e do céu. Hoje os mapas são feitos com base em fotos de satélite e processados pela informática, sendo bem mais precisos. Representar todos os fenômenos físicos, políticos, econômicos e humanos em um único mapa seria impossível. Por isso, há os mapas temáticos, nos quais se representam apenas os temas que interessam ao usuário.

Projeção cartográfica

É uma representação, dos fenômenos inscritos numa esfera, num plano de carta. De acordo com as propriedades geométricas apresentadas na relação globo-mapa, as projeções podem ser conformes, equivalentes ou eqüidistantes. Dependendo da figura geométrica empregada em sua construção podem ser: cilíndricas, cônicas e azimutal.

Projeção cilíndrica

Serve para representar as regiões de baixa latitude, já que apresenta paralelos e meridianos retos, deforma e exagera as regiões polares.

Projeção cônica

Tem meridianos retos e paralelos curvos, usada para representar regiões de latitudes médias.

Projeção azimutal

Tem paralelos em círculos concêntricos e meridianos retos, bom para representar as regiões polares (de altas latitudes).

Os mapas ainda são classificados seguindo vários critérios:

  • Espécie: celestes (planetas e constelações)

                terrestres (países, portos)

  • Escala: plantas comuns (de escalas grandes)

              cartas topográficas (de escala média)

              mapas geográficos (de escalas pequenas)

  • Ao uso: didáticos e de interesse geral
  • Ao fim ou conteúdo: propriamente ditos

                                  físicos, biológicos, políticos

                                  de viação e estatísticas, e de economia

Escalas

A escala expressa o quanto a realidade foi reduzida para se caber em um mapa. Sua representação pode ser de dois tipos: numérica e gráfica.

Escala numérica

Sua representação é expressa através de uma fração ordinária.

Exemplo: 1:10.000 – um por dez mil. Um mapa que tem essa escala indica que a distancia real é 10 mil vezes maior do que no mapa. 1cm tem 100m, ou 1km.

Escala gráfica

É expressa através de um gráfico que já vem dividido em certa quantidade de quilômetros.

Exemplo: [------100------200------300m] a cada parte do mapa é equivalente a 100m no espaço representado.

Como usar a escala?

Adotando E=escala; D=distancia da realidade; d= distancia do mapa.

  • Ex.1) Qual a distância real aproximada entre a grande São Paulo e Santo André?

Sabe-se que no mapa a escala é 1:1 000.000, a distancia mede 1,5cm no mapa em linha reta.

E= 1: 1 000.000; logo 1cm= 10km

D= 1,5cm

Aplica-se a fórmula: D= d.E (ou d x E)

1,5 x 10 = D= 15km.

Resposta: A distancia real é 15km aproximadamente.

  • Ex.2) Invertendo o processo descobrimos a distância no mapa.

d= D : E = 15 : 10 =

d= 1,5cm

  • Ex.3) Para descobrir a escala basta dividir D por d.

D : d = 15 : 1,5 = E= 10.

Ou seja, cada 1cm equivale a 10km.

Alguns mapas apresentam tanto escala gráfica como numérica. Caso apresente gráfico, lembre-se que não necessidade de fazer cálculos.

FONTE: Arlindo Matos de Araújo Júnior / Thiago Costa Santiliano